quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Saúde do Fígado




Cuide do seu fígado
Ele sofre silencioso, aguenta as consequências dos exageros da gula e do álcool e quando dá algum sinal é o aviso para cuidar da saúde e repensar o estilo de vida. Estamos falando do fígado, o principal e maior órgão interno que, entre suas muitas funções, é responsável por processar os alimentos após sua absorção no intestino, por regular o metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras que ingerimos, pela síntese e metabolismo do colesterol e alguns hormônios, além da metabolização dos medicamentos e depuração de produtos tóxicos aos quais o organismo está frequentemente exposto.
DOENÇAS HEPÁTICAS
Além das hepatites virais, outros graves problemas podem atingir o fígado como as hepatites alcoólicas e medicamentosas, esteatose hepática, doenças genéticas (como hemocromatose, caracterizada por excesso de ferro, e Doença de Wilson, excesso de cobre) e autoimunes. E o pior é que geralmente as doenças evoluem sem apresentar nenhum sintoma. "Icterícia, o popular amarelão, e sintoma de lesão aguda ocorrem em fases mais avançadas em conjunto com a ascite (barriga d`água) e predisposição a hemorragias.
Segundo estimativas da OMS, em média de 2% a 3% das pessoas têm algum dos seis tipos existentes de hepatites (A, B, C, D, E e G). A do tipo C, para a qual ainda não há vacina, é considerada hoje um problema de saúde pública no mundo. A estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta para cerca de 200 milhões de pessoas infectadas com o vírus da hepatite C (no Brasil, calcula-se três milhões) e 300 milhões de portadores de hepatite B crônica. Boa parte desconhece ser portador do vírus, já que a doença evolui silenciosamente.
SINAIS DE RISCOS
Alguns sinais e sintomas podem indicar a ocorrência de lesão hepática: icterícia (coloração amarelada da pele e olhos); urina escura e fezes esbranquiçadas; dor e inchaço abdominais; hematomas cutâneos e sangramento digestivo; fadiga crônica, náusea e perda de apetite.
COMO SE PROTEGER
Evite consumo desnecessário de medicamentos e não misture remédios sem escutar o médico; evite consumo de drogas (além da dependência química e psicológica, drogas como cocaína, ecstasy e solventes são tóxicos para o fígado); evite consumo abusivo de bebidas alcoólicas; não misture medicamentos com álcool; evite se expor e inalar solventes; utilize máscaras em caso de exposição prolongada a inseticidas, tintas e combustíveis e luvas para manipular esses produtos, que podem ser absorvidos pela pele; utilize preservativos nas relações sexuais; não compartilhe material de manicure e de barbear; adote uma alimentação saudável e balanceada, evitando gorduras e alimentos ricos em colesterol e ingerindo doces com moderação. Certifique-se da procedência de alimentos como ostras e mariscos, que podem ser contaminados com o vírus da hepatite A.
Em caso de diabetes, é importante manter a glicemia dentro dos parâmetros recomendados pelo seu médico. A manutenção do peso é fundamental, já que a obesidade é uma das principais causas de dano hepático. Faça atividade física regular e, se estiver fazendo dieta para emagrecer, assegure-se da ingestão de vitaminas e sais minerais de que seu organismo necessita.
PREVENÇÕES E TRATAMENTOS
A hepatite B pode ser prevenida através de vacinação. Já para o tipo C, transmitida principalmente através de sangue contaminado, não há vacina e o melhor é evitar procedimentos de risco (tatuagem, piercing, uso comum de aparelhos de manicure, barbear, seringas). O vírus da hepatite C sobrevive no meio ambiente por até 72 horas e, o do tipo B, por uma semana.
GORDURA NO FÍGADO
A esteatose ou esteato-hepatite, conhecida popularmente como gordura no fígado, é uma doença silenciosa que atinge pessoas obesas, com colesterol ou triglicérides elevados ou com diabetes. O acúmulo de gordura no fígado, mesmo sem ingestão alcoólica, pode causar cirrose e, em alguns casos, até mesmo câncer de fígado. "Mas é potencialmente reversível, se suas causas forem diagnosticadas e corrigidas", esclarece o médico João Galizzi Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
Segundo ele, esta é a alteração no fígado mais freqüente em todo o mundo, ocorrendo em crianças e adultos. "Sabe-se que a esteatose acomete crianças acima dos 10 anos de idade, como também adultos situados na faixa etária entre 20 e 60 anos. O sexo feminino é o mais comprometido (de 60 a 80%) e mulheres diabéticas com idade superior a 50 anos teriam um maior risco de desenvolver a doença".
"Os tratamentos indicados para este tipo de doença são a perda de peso a partir de uma dieta elaborada, os exercícios físicos regulares e moderados e, se necessário, correção dos níveis da glicose (se há diabetes), colesterol e triglicérides com a ajuda de medicamentos", recomenda o médico.
MITOS E VERDADES
Dor de cabeça não é sintoma de dano hepático. Na maioria das vezes trata-se de quadro de enxaqueca.
Os sintomas atribuídos ao fígado são, geralmente, decorrentes de doenças gástricas ou esofágicas.
Medicamentos "hepatoprotetores" (daqueles que costumam ser tomados depois de uns goles a mais ou exagero na comida) não possuem respaldo científico, bem como os chás de ervas medicinais.

Fonte: http://www.jornaldaorla.com.br (via e.mail: Suze Tavares)

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