Policial mais estressado está mais inclinado ao uso
da força, diz especialista
Uma
pesquisa feita com 5 mil policiais militares (PMs), equivalente a 20% de todo o
contingente da região metropolitana do Rio, mostrou que muitos PMs apresentavam
sintomas de estresse, como raiva (54%) e insônia (52%), e 29% deles também
alegavam estar insatisfeitos com a profissão.
"Um
policial mais estressado está mais inclinado ao uso da força e isso é
prejudicial tanto para ele quanto para a sociedade. Se não respeitarmos os
policiais e dermos melhores condições de trabalho a eles, nunca poderemos
esperar que eles respeitem os cidadãos nas ruas", disse o sociólogo
Ignácio Cano, especialista em Segurança Pública e coordenador do Laboratório de
Análises e Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)...
A
pesquisa também mostrou que cerca de 7% dos policiais pensaram em cometer
suicídio. Algumas das causas desse índice, de acordo com Cano, são a baixa
remuneração, baixo status social, horários de trabalho muito extensos, escalas
pouco funcionais, sensação de desrespeito pela corporação e pela comunidade,
além da "altíssima" exposição a confrontos armados, o que leva muitos
agentes a se tornarem vítimas das políticas de confronto e do modelo da
"guerra às drogas".
A
presidente da Comissão de Segurança Pública da Alerj, deputada Marta Rocha
(PSD-RJ), diz que ouvir policiais, pesquisadores e representantes da sociedade
civil é um passo importante na elaboração de políticas que possam garantir
melhores condições dos agentes. "A comissão segue atenta aos pedidos. O
policial satisfeito com o seu trabalho oferece um serviço com mais qualidade e
quem sai ganhando é a sociedade", disse, acrescentando ser necessário
também investir na qualificação e na formação dos agentes.
O
presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputado estadual Marcelo
Freixo (PSOL-RJ), disse que a audiência será importante para entender as
solicitações dos policiais e dos parentes de agentes mortos em serviço e encaminhar
aos órgãos competentes.
"A
comissão acompanha os familiares dos policiais assassinados dando assistência
psicológica, encaminha para a assistência jurídica, fundamentalmente pela
Defensoria Pública. Esse encontro também será importante para dar voz a
policiais civis e militares não somente sobre questões salariais, mas tudo o
que envolve o seu dia a dia. Todo mundo quer maior qualidade na segurança
pública e para isso é decisivo escutar esses policiais"...
Fonte: Agência Brasil (texto completo em: www.folhavitoria.com.br/policia/noticia/2015/05/policial-mais-estressado-esta-mais-inclinado-ao-uso-da-forca-diz-especialista.html)
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